Defender os Correios não tem partido

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Desde que a campanha Todos Pelos Correios foi iniciada, há cerca de seis meses, há uma causa em comum para vários tipos de entidades que defendem a manutenção dos Correios como empresa pública: não privatizar a estatal. Para que ela fosse colocada em prática, foram reunidos grupos representativos de várias tendências. Por isso, a defesa dos Correios não tem partido. Não é uma questão de ser de uma linha política ou de outra. É defender um patrimônio nacional, uma empresa que tem credibilidade junto à população, que se mantém sem dinheiro do governo.

 

Além de autossustentável, os Correios são importantes para a população por inúmeros motivos já ressaltados:

  • contribuem com a educação nacional e o futuro das gerações mais novas, distribuindo material escolar e livros didáticos a escolas de todo o País;
  • ajudam o governo em momentos de catástrofes;
  • distribuem medicamentos em programas federais de saúde;
  • integram economias locais com centros financeiros do País, contribuindo para o desenvolvimento das cidades;
  • são eficientes.

 

Defender os Correios significa defender algo que dá certo. É mexer em time que está ganhando. Nos Estados Unidos, os correios norte-americanos (USPS) passaram por uma privatização em etapas que entregou o filão rentável e encomendas expressas para o mercado privado. A parte lucrativa do serviço ficou na mão da Fedex e da UPS.

 

Legalmente, o USPS continuou ficou obrigado a atender todas as casas do País, ou seja, continuou presente nos locais deficitários (como periferias, cidades pequenas e distantes) e fazendo o serviço menos lucrativo, como o de correspondências e pequenas encomendas. Com isso, deixou de captar recursos importantes para investimentos em pessoal e máquinas. Agora, passa por uma situação de crise em que o USPS é apontado como sendo o próprio culpado pela situação em que se encontra. Não é uma história muito parecida com a quem vem acontecendo os nossos Correios?

 

Defender uma estatal que se preocupa com toda a população, seja ela de um poder aquisitivo menor ou maior, é uma causa muito mais nobre e acima de qualquer discussão partidária.

 

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